Filamentos de boa qualidade, cores fantásticas e preço baixo, até que ponto isso é viável?

Autor: Guilherme Razgriz

Vamos falar um pouco sobre polímeros!

A impressão 3D de tecnologia FFF conta com mais de 130 tipos e combinações de polímeros que são a força motriz por trás das nossas criações, se soubermos como explorar bem as peculiaridades de cada um deles podemos criar praticamente qualquer coisa! Mas… e se o que estivermos colocando na nossa impressora 3D não for exatamente o que imaginamos ser? Neste post vamos descobrir justamente o que pode acontecer, vamos lá?

Vale a pena comprar só pelo preço?

Comprar algo apenas pelo seu preço na grande maioria das vezes renderá dores de cabeça a juros tão altos que farão com que o produto “barato” acabe custando muito mais do que aquele item comprado pela sua costumeira qualidade e valor menos atrativo. É perfeitamente compreensível que se busque sempre o melhor custo benefício, principalmente em um país onde o poder de compra diminui dia após dia. Porém em nenhuma hipótese se pode abrir mão dos padrões mínimos de qualidade que mais do que enfeitar uma embalagem podem fazer a diferença entre a sua printer estar inteira ou em baixa para manutenção ao final do serviço (se você conseguir terminar ele é claro).

 
Como identificar os principais problemas de fabricação!

Filamentos de qualidade duvidosa podem ser identificados por alguns sinais bem proeminentes tais como:

• Carretel sujo
• Filamento contaminado ( Poeira e outros detritos)
• Inconsistências na pigmentação ( troca abrupta de tonalidade)
• Variação de diâmetro maior que +- 0,005 mm
  embalagem não selada ou violada
• Variação de diâmetro maior que +- 0,005 mm
  embalagem não selada ou violada
• Material áspero* (Salvo quando é uma característica normal do material tais como filamentos naturalmente abrasivos)

Acima temos um carretel contaminado com poeira e outros detritos e de textura abrasiva.

Como identificar se o material é realmente “legítimo”.

Alguns fabricantes para baratear o custo de produção, acabam adquirindo matérias primas nem sempre virgens ou mesmo criando filamentos mistos, ou seja ele é vendido como “PLA” mas na prática ele contém de 20 até 30% ABS em sua composição o que acaba comprometendo o seu desempenho. Isso não é praxe apenas entre os primeiros polímeros citados, vemos casos assim também entre TPU e PLA (Ou também vendido como “PLA - FLEXÍVEL” ) e tantos outros! Para demonstrar isso, temos abaixo um pequeno experimento onde a mesma peça foi impressa com ABS PURO, PLA INGEO PURO e Filamento Misto de PLA com ABS.

Reparem que no início da impressão, todos os materiais se comportam como se fossem “originais” ou seja, preservando as características esperadas dos mesmos.

ABS PURO

 
Com mesa aquecida a 110 Cº e temperatura de 228 no hotend temos o resultado esperado sem Warp ou outros problemas.

PLA INGEO (Original)

Com mesa aquecida a 32 Cº e temperatura de 195 no hotend temos o resultado esperado sem Warp, stringing ou outros problemas.

Filamento “Misto”

Com mesa aquecida a 60 Cº e temperatura de 195 no hotend o comportamento se mostrou similar ao de abs exposto a variação térmica, com warp visível além da solda inconsistente entre as últimas camadas de impressão, o que demonstra claramente o que pode acontecer de MENOS sério na utilização de materiais como esse no seu equipamento.

Filamento Premium? O que é isso?

Filamentos “Premium” são aqueles nos quais o fabricante deposita seus maiores investimentos, seja de forma superficial com cores mais vibrantes agregada a uma bonita embalagem com informativos, saco ziplock para armazenar o material após o uso ou até mesmo realmente investindo na criação de filamentos com carga ( madeira, metais, condutivos, glitter e etc ) ou polímeros especiais nobres como polipropileno puro e assim por diante.

Filamento XEPA? É ruim isso?

É absolutamente normal a indústria ofertar material com transição de cor, ou seja, o filamento resultante da troca de uma cor para a outra. Isso não afeta em nada as características técnicas do produto em si, é na verdade uma forma de oferecer um produto com custo menor para quem não se importa com a cor a ser utilizada.

Filamentos Reciclados, isso presta?

Na indústria de fabricação aditiva, as sobras de materiais são comuns, e o desperdício é algo a ser combatido ao extremo! FIlamentos reciclados tais como o E-PET que é basicamente que é facilmente confundido com o PET-G virgem que já é tradicionalmente ofertado no mercado a um preço mais elevado ou mesmo o ABS nas mesmas condições, é viável se o reaproveitamento for feito de maneira adequada seguindo os padrões de qualidade requeridos.

Agora que você já sabe a diferença, é hora de escolher!

Agora que você aprendeu a identificar filamento de boa qualidade e a garantir que somente material decente será utilizado nas suas peças, continue acompanhando esta incrível jornada pelo universo da impressão 3D aqui no blog da EIXO Z!